Dinâmica da expansão da soja e uso de agroquímicos em Rondônia
Resumo
O crescimento exponencial do agronegócio no Brasil levou à adoção disseminada de pacotes tecnológicos e à intensificação do uso de defensivos agrícolas, tendo desencadeado impactos significativos sobre a biodiversidade. Esses impactos manifestam-se por meio de práticas como queimadas, poluição do solo, água e ar, especialmente nas áreas dedicadas ao cultivo da soja (Glycine max). Em Rondônia, durante o ano agrícola 2021/2022, a área destinada ao cultivo de soja abrangeu uma vastidão de 460.119 hectares. O cultivo de soja demanda, notadamente, o uso de defensivos agrícolas, inclusive herbicidas. Os dados quanto à localização das áreas com a cultura da soja dos últimos dez anos e os principais defensivos agrícolas utilizados nos últimos cinco foram extraídos do Sistema de Fiscalização do Comércio de Agrotóxicos de Rondônia (Siafro), gerenciado pela Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron). Nas áreas cultivadas com soja no estado, foi possível observar a distribuição da soja em áreas de preservação ambiental, com mudanças de comportamento da produção e dos principais ingredientes ativos de defensivos utilizados, a classificação de uso e a quantidade destinada à cultura. De maneira notável, constatou-se que a cultura da soja é o destino principal dos agroquímicos comercializados em Rondônia. O glifosato, em sua forma pura ou composta, desponta como o ingrediente ativo predominante, cerca de 50% do volume total comercializado nos últimos cinco anos na região. Em termos quantitativos, nos últimos cinco anos, a cultura da soja demandou o total acumulado de 24.749.409 litros-quilos de defensivos, sendo 5.250.289 litros-quilos só no Município de Cerejeiras.
Palavras-chave
Agronegócio; áreas degradadas; contaminação ambiental; defensivos agrícolas; Glycine max.
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