Geopolítica das carnes: mudanças na produção e no consumo
Resumo
As mudanças consideráveis que vêm ocorrendo no padrão de consumo global de carnes, decorrentes de mudanças econômicas e culturais, suscitam muitas questões que devem ser respondidas para orientar as decisões dos produtores. O Brasil é um dos maiores exportadores mundiais de carnes bovina, suína e de aves, mas permanece a incerteza quanto à manutenção do crescimento de sua participação no mercado internacional. Além disso, quais serão as principais regiões produtoras e demandantes? Os produtos substitutos conquistarão maior parcela? Para a discussão dessas questões, este trabalho faz uma breve contextualização da geopolítica Pós-Guerra Fria e das tendências do consumo de carnes no mundo, inclusive da chamada "carne vegetal". Em seguida, discute a evolução e as perspectivas para o mercado internacional, considerando as projeções para uma década. Com base nas tendências e na análise do mercado, são destacados os principais desafios para o Brasil manter e possivelmente incrementar sua parcela nesse mercado. As análises dos dados de três décadas e alguns sinais observados atualmente mostram a provável ocorrência de forte alteração na geografia da produção de carnes durante a próxima década, bem como concentração nas Américas. China e UE, dois grandes produtores, deverão perder participação em decorrência de razões ambientais e sanitárias, entre outras. A produção de carne de aves deve exibir o maior crescimento, seguida da suína e da bovina. Essas alterações podem indicar que as questões geopolíticas influenciam as decisões da produção agropecuária.
Palavras-chave
Aves; bovinos; demanda; oferta; regiões produtoras; suínos.
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