Geopolítica das carnes: mudanças na produção e no consumo

Pedro Abel Vieira, Antonio Márcio Buainain, Elísio Contini, Roberta Dalla Porta Grundling

Resumo


As mudanças consideráveis que vêm ocorrendo no padrão de consumo global de carnes, decorrentes de mudanças econômicas e culturais, suscitam muitas questões que devem ser respondidas para orientar as decisões dos produtores. O Brasil é um dos maiores exportadores mundiais de carnes bovina, suína e de aves, mas permanece a incerteza quanto à manutenção do crescimento de sua participação no mercado internacional. Além disso, quais serão as principais regiões produtoras e demandantes? Os produtos substitutos conquistarão maior parcela? Para a discussão dessas questões, este trabalho faz uma breve contextualização da geopolítica Pós-Guerra Fria e das tendências do consumo de carnes no mundo, inclusive da chamada "carne vegetal". Em seguida, discute a evolução e as perspectivas para o mercado internacional, considerando as projeções para uma década. Com base nas tendências e na análise do mercado, são destacados os principais desafios para o Brasil manter e possivelmente incrementar sua parcela nesse mercado. As análises dos dados de três décadas e alguns sinais observados atualmente mostram a provável ocorrência de forte alteração na geografia da produção de carnes durante a próxima década, bem como concentração nas Américas. China e UE, dois grandes produtores, deverão perder participação em decorrência de razões ambientais e sanitárias, entre outras. A produção de carne de aves deve exibir o maior crescimento, seguida da suína e da bovina. Essas alterações podem indicar que as questões geopolíticas influenciam as decisões da produção agropecuária.

Palavras-chave


Aves; bovinos; demanda; oferta; regiões produtoras; suínos.

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