Agricultores e a gestão da Bacia do Rio Jundiaí

Junior Ruiz Garcia, Alexandre Gori Maia

Resumo


O avanço da agropecuária e da urbanização no Estado de São Paulo tem elevado a pressão sobre os recursos hídricos. Apesar dos avanços na gestão hídrica, o estado enfrentou uma das maiores crises hídricas da história, colocando em dúvida a eficácia do modelo. Fator fundamental para a gestão hídrica é a garantia regular de serviços ecossistêmicos, muitos desses associados à preservação da cobertura florestal. Este trabalho analisa o importante papel dos produtores rurais na gestão dos recursos hídricos, estudando o caso da Bacia do Rio Jundiaí (BHRJ), uma das regiões mais populosas e industrializadas do estado. O estudo usa dados das pesquisas agropecuárias do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cadastro Ambiental Rural (CAR) e Sistema Ambiental Paulista. Os resultados destacam que, apesar de os produtores rurais serem tratados como os grandes responsáveis pela degradação ambiental, eles prestam importantes serviços ambientais e socioeconômicos na BHRJ. Além de gerarem parcela relevante de emprego e renda na região, cerca de 22,4 mil hectares de matas ou florestas naturais estão em suas propriedades. Os estabelecimentos rurais contribuem com a manutenção de áreas permeáveis, importantes para receber a água da chuva dos sistemas de drenagem urbana, além de contribuir para o controle de cheias. A adoção de práticas conservacionistas pode contribuir para a provisão de outros serviços ecossistêmicos, como controle da erosão e da amenidade climática local. Nesse sentido, o produtor rural é um importante provedor de serviços ambientais, contribuindo para a gestão dos recursos hídricos.

Palavras-chave


agricultura familiar; pagamento por serviços ambientais; preservação ambiental; serviços ecossistêmicos

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