Produtividade e economia de fatores de produção na cafeicultura brasileira
Resumo
A cafeicultura tem importância histórica no Brasil e se mantém como importante cultura geradora de divisas e empregos. Ainda que seja uma cultura tradicional, o padrão produtivo do café segue em transformação. O objetivo dessa pesquisa foi analisar a dinâmica de crescimento da atividade de 2004 a 2015 e a relação dela com a economia dos fatores de produção terra e trabalho. Além da análise nacional, as especificidades regionais de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Paraná e Rondônia foram abordadas. Como metodologia, a evolução do Valor Bruto da Produção (VBP) do café foi decomposta nas contribuições da evolução de área, produtividade e preços, por meio de um modelo shift-share. Constatou-se que o crescimento do VBP se atrelou quase exclusivamente aos ganhos de produtividade, com o efeito área atuando negativamente – padrão que, embora com certa heterogeneidade, marcou todos os estados analisados, exceto a Bahia. Os ganhos de produtividade possibilitaram economia expressiva dos fatores produtivos, de 769 mil hectares e 409 mil trabalhadores no Brasil, garantindo a continuidade e a expansão da cafeicultura, a despeito dos gargalos produtivos. Esse resultado traz evidências da eficácia dos esforços coordenados entre produtores e instituições públicas e privadas quanto às políticas para geração de pesquisa e extensão focalizadas nos ganhos de produtividade.
Palavras-chave
efeito poupa-terra; efeito poupa-trabalho; shift-share
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