Efeitos da expansão da soja na resiliência da agricultura familiar no Maranhão

José de Jesus Sousa Lemos

Resumo


O estudo avalia a produção de alimentos no Maranhão entre 1940 e 2012. O trabalho utiliza dados do IBGE e da Fundação Getúlio Vargas. As informações utilizadas foram as séries anuais de valores das produções, áreas, produções e rendimentos de arroz, feijão, mandioca e milho. A partir de 1990, a soja passa a ter significado econômico no estado e é, então, incluída no estudo. Avalia-se sua evolução e provável impacto sobre a produção e as áreas cultivadas com alimentos. Desdobram-se os valores das produções de arroz, feijão, mandioca, milho e soja nos efeitos preço, rendimento e área. Utilizam-se taxas geométricas de crescimento estimadas por regressão log-linear de tendências. Finalmente o estudo simula a resiliência da produção de alimentos no Maranhão caso as áreas com soja fossem congeladas no nível observado em 2012. Para tanto, utilizam-se as áreas do melhor ano de colheita e os maiores rendimentos das culturas. Simula-se o que aconteceria com a produção de cada cultura individualmente e de forma agregada. Os resultados da pesquisa mostram que a decadência da produção de alimentos no Maranhão aconteceu antes da chegada da soja, ocorrida em 1990. Hoje, a soja ocupa espaços antes destinados à agricultura familiar, e a pesquisa estima que se ela continuar se expandindo às taxas atuais e se não forem tomadas iniciativas de recuperação da agricultura familiar nem feito o zoneamento agroecológico no estado, então as lavouras de soja substituirão outras lavouras alimentares. As simulações feitas mostram que, se estimulada a resiliência, a agricultura familiar maranhense produziria bem mais do que atualmente e superaria de forma expressiva o que se produziu no melhor ano.

Palavras-chave


desenvolvimento rural; produção de alimentos; produção de soja

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