O risco de base para a soja em Sinop e Lucas, Mato Grosso

Flávio Borges Botelho Filho, Gotardo Machado de Souza Júnior

Resumo


O presente trabalho propôs-se a analisar, dentro da dinâmica da função econômica dos mercados futuros, o risco de base de modo a levantar a discussão sobre o gerenciamento de risco no sistema de comercialização das firmas ou produtores na Região Centro-Oeste, levando em consideração a soja produzida ao longo da BR 163, no Estado de Mato Grosso, tomando-se como exemplo unidades produtivas localizadas em Sinop e Lucas do Rio Verde. O assunto foi objeto de análise ao longo da dissertação de mestrado em agronegócios, Hedge para produtores de soja, na Universidade de Brasília, em 2006. Observa-se que, após a Constituição de 1988, a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), o fortalecimento econômico de blocos e países, novas corporações e grupos de interesses setoriais, o Estado passa por um processo de esvaziamento decorrente da sua crise fiscal e da falta de legitimidade de políticas socialmente sustentáveis. As mudanças no padrão de intervenção, que passou de uma completa regulação estatal para uma tendência à desregulamentação, com reduzida intervenção do Estado, estão contribuindo para o surgimento de novas formas de comercialização – que, mais inteligentes, permeiam a dinâmica e o processo de funcionamento do mercado. Por isso, apesar de se mostrar efetiva a prática de hedge na Bolsa de Chicago (CBOT), não faz parte da maioria dos produtores da região gerenciar os riscos do negócio da firma de produção agrícola na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Essa situação tende a persistir, pois o Estado (em seus três níveis de poder: federal, estadual e municipal), em conjunto com a iniciativa privada e demais organizações não-governamentais, não consegue estabelecer um padrão de comportamento em defesa do fortalecimento do uso de instrumentos e mecanismos de gerenciamento e neutralização de riscos. Corroboram para isso a falta de conhecimento técnico, acrescido da ausência institucional, levando produtores a não operarem com mercados futuros na região, aumentando, dessa forma, o risco de seus próprios negócios.

Palavras-chave


bolsa; firma de produção agrícola; hedge; gerenciamento de risco; mercado de futuros; soja, portfólio; produtores de soja

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