A persistente migração rural-urbana

Eliseu Alves, Renner Marra

Resumo


O êxodo rural perde ímpeto no Brasil todo, mas ainda é expressivo, exceto no Centro-
Oeste, por causa da pujança de sua agricultura e do pequeno tamanho de sua população rural.
Em 2007, as regiões conservaram, com alguma perda, suas populações rurais de 2000, exceto o
Centro-Oeste, cuja população rural aumentou. Não obstante o intenso êxodo rural do pós-década
de 60, o pessoal ocupado no meio rural cresceu de 1940 a 1985. Logo, parte da população urbana, nesse período, empregou-se no meio rural. Nos períodos subsequentes a 1985, a ocupação rural decresceu intensamente, e as duas séries (população rural e ocupação) passaram a ter tendências
semelhantes, de queda. O corpo do trabalho procura explicar as razões que explicam esse comportamento. O êxodo rural acelera a urbanização. Mas, o crescimento de nossas cidades é cada vez menos influenciado pelo êxodo rural. Pelas estimativas feitas do êxodo rural em relação ao crescimento
da população urbana, no período de 1991 a 2000, 33,1% do crescimento da população urbana foi contribuição do êxodo rural. Já no período de 2000 a 2007, é verdade que se trata de um período mais curto, a contribuição do êxodo rural caiu para 19,2%. Muito mais forte que qualquer programa específico para segurar as famílias no campo, de um lado é expandir a demanda de alimentos via exportações e via mercado interno de alimentos, e de outro é dar condições à agricultura
de responder à demanda. É essa a lição que o período de 2000 a 2007 encerra, no qual houve forte expansão da agricultura e no qual se manteve a população rural do início do período, sem sermos, pelo menos, capazes de segurar o excedente de nascimentos em relação às mortes.

Palavras-chave


migração rural; urbanização; pobreza rural

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