Avaliação econômica do uso de agroquímicos em duas grandes lavouras brasileiras de grãos

Mauro Osaki, Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, Andréia Cristina de Oliveira Adami, Lucilio Rogerio Aparecido Alves, Silvia Helena Galvão De Miranda

Resumo


Esta pesquisa quantificou a importância econômica do controle de pragas e doenças para os produtores agrícolas no Brasil. As prováveis perdas econômicas sem a aplicação de agroquímicos para controlar as infestações observadas foram avaliadas por simulações baseadas em dados experimentais e modelos econômicos. Nas simulações, todas as práticas de manejo foram mantidas, exceto aquelas relacionadas ao uso do agroquímico em questão. Especificamente, os casos das safras de soja e milho em 2014/2015, 2015/2016 e 2016/2017 foram examinados com dados primários de 31 regiões representativas de produção em 14 estados brasileiros. A pergunta foi esta: como mudariam os custos, receitas e lucros dos produtores observados se o controle de uma praga ou doença observada fosse suprimido, considerando o provável aumento dos preços de mercado que a redução na oferta causaria? Os resultados indicam que a falta de controle de pragas e doenças pode causar perdas substanciais na lucratividade dos produtores. O não tratamento da ferrugem da soja em 2016/2017, por exemplo, resultaria em perda de lucratividade de mais de US$ 3,7 bilhões, já que o lucro agregado observado de US$ 2,63 bilhões se transformaria em uma perda de US$ 1,06 bilhão. A falta de controle da lagarta Spodoptera transformaria o lucro observado dos agricultores de soja de US$ 2,63 bilhões em uma perda de US$ 0,46 bilhão, totalizando assim uma perda de lucratividade de US$ 3,08 bilhões.

Palavras-chave


Controle químico; perdas econômicas; controle de pragas na produção de grãos.

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