Avaliação financeira do setor sucroenergético depois do boom
Resumo
O setor sucroenergético brasileiro foi da euforia de 2003–2011, período conhecido como boom do etanol, com a safra brasileira de cana-de-açúcar dobrando de tamanho em apenas oito anos, à estagnação depois de 2011, com fechamento líquido de usinas, alto endividamento e pequena taxa de crescimento do canavial. O pífio crescimento foi resultado de um ambiente macroeconômico adverso, do câmbio sobrevalorizado, da restrição de crédito decorrente da crise do subprime e da concorrência da gasolina importada subsidiada pela Petrobras. Mas houve crescimento de unidades que absorveram o canavial de usinas liquidadas. Destacaram-se então as decisões estratégicas das empresas que levaram a esse processo de consolidação a criação/destruição de valor que seguiu à abertura de capital e emissão de bonds. Detalhando os resultados financeiros e operacionais obtidos com na produção de cana, açúcar, etanol, energia elétrica, empreendimentosimobiliários e valorização das terras agrícolas, a sustentabilidade do negócio sucroenergético passa por uma gestão eficiente do caixa e do endividamento – é fundamental também o investimento agrícola que busca a redução do custo de produção e a industrialização com a geração de mais produtos de maior valor agregado, como cogeração de energia elétrica, RNA e uso da palha. A terra se mostrou o principal ativo de geração de valor das usinas, com ganhos dos empreendimentos imobiliários e da valorização agrícola, criando um ciclo virtuoso no setor sucroalcooleiro, aumento da renda das cidades do interior e valorização patrimonial.
Palavras-chave
Agronegócio; contabilidade financeira; economia agrícola; finanças.
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